— Olá, querido. Estava à sua espera.
Suspirei.
— Sinta-se em casa. — falei, à guisa de resposta, embora tivesse certeza de que não era necessário. Quando ela vinha, tornava-se senhora de tudo, e eu não tinha forças, ou o direito, de protestar.
Ela abriu ainda mais o seu sorriso hepático.
— Já me sinto, querido. Aliás... Não sei por quê você me manda embora, se sabe que retorno depois. Você sabe que sou inevitável.
— Sinta-se em casa. — falei, à guisa de resposta, embora tivesse certeza de que não era necessário. Quando ela vinha, tornava-se senhora de tudo, e eu não tinha forças, ou o direito, de protestar.
Ela abriu ainda mais o seu sorriso hepático.
— Já me sinto, querido. Aliás... Não sei por quê você me manda embora, se sabe que retorno depois. Você sabe que sou inevitável.
Evidências. Visíveis feito um muro de concreto. À falta de respostas, só me restou um outro suspiro, evocado da minha resignação. Essa mania de conformar-me tão facilmente por vezes me irrita. Bem que eu podia me revoltar, não é? Bem que eu podia mandar minha medonha companheira para lugares onde eu mesmo jamais gostaria de ser enviado...
Não, não poderia. Ela mesma disse, é inevitável. Ela se anuncia sempre que meu coração se parte. Vem, invade a minha vida, deita-se na minha cama, come da minha comida e faz de mim um insone até que presenças outras se cristalizem no seio da minha existência. Não era a sua primeira visita. Tampouco creio que a última. Na verdade, algo como uma intuição já me prevenira da sua chegada quando, na noite anterior, fechei os olhos e percebi que não havia ninguém em quem pensar.
Ela olhou-me com desejo. Não era desprovida de graça, porém, era bela apenas aos seus observadores. Para os fadados à sua companhia ela era, talvez, apenas cruel. Não nos é permitido contemplá-la com olhos tão críticos e superficiais.
Restou-me apenas ceder ao convite mudo de minha companheira dos próximos dias, talvez, meses. Nos enlaçamos como um só... E então pude me sentir, realmente, sozinho.
Não, não poderia. Ela mesma disse, é inevitável. Ela se anuncia sempre que meu coração se parte. Vem, invade a minha vida, deita-se na minha cama, come da minha comida e faz de mim um insone até que presenças outras se cristalizem no seio da minha existência. Não era a sua primeira visita. Tampouco creio que a última. Na verdade, algo como uma intuição já me prevenira da sua chegada quando, na noite anterior, fechei os olhos e percebi que não havia ninguém em quem pensar.
Ela olhou-me com desejo. Não era desprovida de graça, porém, era bela apenas aos seus observadores. Para os fadados à sua companhia ela era, talvez, apenas cruel. Não nos é permitido contemplá-la com olhos tão críticos e superficiais.
Restou-me apenas ceder ao convite mudo de minha companheira dos próximos dias, talvez, meses. Nos enlaçamos como um só... E então pude me sentir, realmente, sozinho.
6 comentários:
Xuxu vc perfeta, escrevendo então... só ve se consege ser menos deprimente.
zaushuahuash
TE AMO
cabe a todo homem saber conviver com a Solidão e com a dor que ela traz na mala.
porque é com o tempo que ela caminha e sai para uma volta. mas nós nascemos sós e morremos sós. não tem como evitar a solidão, mas aceitá-la como é.
ao menos é nisso que acredito.
e sim, fernanda. nem sempre que se quer se muda. às vezes não há para onde mudar. às vezes não é preciso mudar e fazê-lo seria um erro.
e às vezes o amor é retirado devagar, aos poucos, e eu não sei qual é pior. mas certamente, aos poucos, pode-se perceber os erros que se comete e tentar corrigí-los. quando é de uma vez... não há erro que se concerte.
foi tão luan, o texto.
mas mesmo assim eu gostei.
desistiu de continuar por aqui ou é só uma pausa temporária? :x
Texto lindo como sempre, Lud (mesmo depressivo... Quem disse que coisas depressivas não são bonitas? Eu bem sei =P) Foi mal ter sumido, vou tentar voltar a comentar aqui... Volta a escrever também, viu, menina? beijos...
Rafa
Sempre tocantes suas palavras Ç_Ç vo mandar vc escrever meus trabalhos ASUHAUHAUHAS
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