sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Arquivo Permanente

(Eu sei que havia dito, no post anterior, que passaria a falar sobre a realidade. Se me permitem, vou adiar um pouco a dita cuja. Por motivos de força maior, postarei um texto relativamente antigo. Aliás, em arquivologia, o termo 'arquivo permanente' é utilizado para especificar documentos que possuem valor histórico, probatório, informativo e de investigação. Pra mim, é um pouco de tudo isso...)


Eu escrevo. Um escrever assim, sem razão, vomitar o que comprime o peito e só. Um escrever que me leva de encontro à agonia em perceber

o quão supérfluas e insuficientes se tornam as palavras pra dar sentido ao que o coração teima em sentir a cada pulsar. Eu escrevo e de nada me adianta... A agonia não passa, a solidão persiste, o silêncio me amortece. Porém, algo tão etéreo quanto essas desesperadas emoções me impulsiona a escrever... já não sou dona de mim. Estou contida nas palavras e as palavras me contém.

Escrevo como que para prestar contas do tempo perdido. Escrevo na esperança de, quem sabe um dia, passar os olhos por essas linhas novamente e rir do meu antigo drama, com a nostalgia de quem já convalesceu estampada nos olhos.

Eu escrevo... Como se devesse a mim mesma essa empreitada. Como se tudo fosse mudar ao longo destas linhas... Mas nada muda. Ainda estou viva. E você, alvo das palavras, alvo do coração, desfila no mundo, tão perto de mim e ao mesmo tempo tão longe...

Eu escrevo como se essas linhas fossem te conjurar para perto de mim... para perto do meu coração.


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ventos da Mudança




Não é apenas por estar escutando Winds of Change agora. É que, dia desses, enfurnada diante desse cubo luminoso chamado monitor, lendo e relendo blogs dos amigos, pensei. Repensei. Acho que talvez esteja na hora de despir-me um pouco do eu-lírico, ainda que ele carregue um tantinho, ou um bocado, de mim. Talvez seja a hora de vestir a camisa da profissão que escolhi e exercitar meu poder de síntese e crítica - isso se o tal poder realmente reside em mim. Não faço ideia. Quero experimentar. Talvez seja a hora de deixar este sedutor (porém volúvel) mundo da ficção e dedicar meu tempo à realidade dos fatos, não?
Escrevo agora como Ludmila, futura jornalista (não que isso seja grande coisa, levando em conta as atuais circunstâncias...).

Até mais. :)

(ah, preciso ser completamente sincera com vocês. Também ando sem inspiração pra ficção. Vergonhoso, não?)