quarta-feira, 10 de julho de 2013

Memória meio ébria

(Duas coisas que não faço há tempos: postar no Tecedor e escrever poesia. Aliás, esta é a primeira poesia que posto no blog, como fruto de um desafio textual da minha amiga Rhuana, com o tema 'álcool'. Não me orgulho muito dos meus textos em verso, mas é o que tem pra hoje. Espero que dona Rhu não se importe com a paráfrase com o título do blog dela, o Memórias Meio Sóbrias, que eu recomendo, aliás.)




Hás de perdoar o meu amor atípico?
Hás de perdoar, amor, a exaltação
Se foi teu elevado teor etílico
Que embriagou-me em pedir perdão?

Ponho na conta do meu triste vício
A ébria sede de te amar, e a ânsia
Mas se me ofereci inteira em sacrifício
Que caia a culpa em tua inoperância

Perdoarás, amor? Não peço tanto
Só que me ponhas no lugar de outrora
Perdoarás, amor? Que desencanto
Que seja eu a suspirar agora!

Perdoarás, amor, esta bandida
que te enlaçou como estivesse louca?
a jovem insana, tola, atrevida
que ensandeceu por não alcançar-te a boca?

Perdoarás, amor?