Faz tempo que “nós dois” não existimos mais. Me são raros pensamentos de você ou de algo relacionado ao que fomos. “Nossas” canções voltaram a ser somente canções, que já dediquei a outros ‘alguéns’ por quem me apaixonei depois de você. Em suma, eu te esqueci.
Mas eu só te esqueci porque estou longe de você. Eu te afastei de mim pra não ter que te ver e, com isso, lembrar de tudo o que me fazia te amar.
Se eu te visse sempre, se eu permitisse que você figurasse na minha vida e na minha mente, eu iria lembrar todos os dias da sua risada que te fazia parecer uma criança e que deixava covinhas nos dois lados do seu rosto. Eu me lembraria do modo displicente com que seu cabelo anelado cai às suas costas e que sempre brigávamos quando você os cortava. Brigas de leve que acabavam em
beijos seus nos meus ombros, dizendo "seu bobo! Eles vão crescer de novo". Se eu te visse sempre, lembraria da maciez da sua pele azeitonada e de como eu gostava quando você roçava o nariz no meu pescoço. Eu me lembraria do seu olhar atrevido quando eu negava um pedido seu, e da sua insistência travessa que eliminava qualquer possibilidade de “não” das minhas ideias. Eu lembraria da sua voz rouca e grave ao acordar, que virava branda e doce quando me queria e assumia um tom quase infantil quando você não queria pensar. Eu me lembraria de como suas sobrancelhas se arqueiam num ângulo estranho quando você pensa demais. Eu me lembraria de como virávamos as noites conversando sobre coisas cada vez mais aleatórias e de como ríamos, surpresos, de nossas ideias tão loucas quanto compatíveis. Nessas horas tínhamos a certeza de
que era sorte demais termos encontrado um ao outro.
Eu me lembraria de tudo isso, me lembraria do porquê de te amar tanto e voltaria a te amar. Porque amor não acaba, só adormece – se esconde nalgum vão remoto do coração esperando a hora de arrebatar tudo para si outra vez. E outros amores acham lugar pra surgir.
Com você longe de mim, eu te esqueci. Com você longe de mim, eu não te amo. Mas só com você longe. Então é melhor que você fique onde está.
12 comentários:
nossa, que lindo :O
Faço eco ao comentário anterior =O Esse ficou belíssimo.
Nossa, que triste =s
Triste e belo :D
:*
Não sei como vc consegue ser poeta sem sofrer.
Amo mto tudo isso!
Irmã coruja.
Quase chori, sério o.o
ahaha, legal seu blog, gostei =]
eu tenho um poema com o mesmo nome, mas é bem dark side of the moon =x
bjo
eu sei como é isso. só sou capaz de desamar certas pessoas matendo-as longe.
e também sei do que vc falava...
Ficou mesmo lindo o texto. Parabéns Lud! :D
=*
'Se eu te visse sempre, lembraria da maciez da sua pele azeitonada e de como eu gostava quando você roçava o nariz no meu pescoço.'
Gostei e muito.
Menina, você tem o poder de emocionar.
Bastante comovente.
Talvez a realidade escape nas entrelinhas.
Por isso leitores -como eu- se identificam.
mas depois de tanto pensar que é a distância que nos fez crescer, percebemos ao nos aproximar que não é bem assim e que crescemos independentemente dela, que talvez só tenha sido um fator que ajudou na cicatrização.
o amor deixa marcas que não dá pra apagar sim, mas marcas são só lembranças de coisas e não sangram mais.
Pois é: e eu não me esqueci de você, rsrs.
Lindo seu blog.
Dê os meus parabéns a Gal pelo primeiro lugar.
bjs.
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