(post fruto do meu 'limbo textual', onde eu guardo as coisas que termino mas não acho que devam ser postadas. A não ser que haja um bloqueio criativo, como é o caso agora. Agradeço à moça que me emprestou sua história e dedico a toda e qualquer pessoa que já se sentiu assim. Afinal, quem nunca?)
Me perdoe se gosto das coisas claras, das cobranças bem
expostas, das responsabilidades traçadas previamente. Me perdoe se eu ajo de
acordo com o ambiente, se me apaixono se me dão chance, se quero quando me
querem também. Peço desculpas por ter sido eu mesma, espontânea, por ter fluído
como o vento que me deixou na sua porta. Rogo perdão pelo silêncio que adotei
quando percebi que de você não teria mais que a língua. Peço perdão pelo
silêncio e distância que surgiram quando você os fez surgir primeiro.
Me perdoe por ter falado de quem me tirava o sono
quando você falou de quem tirava o seu. Me perdoe por ter feito de você um
pequeno porto seguro onde ancorar todos os meus poréns. Me perdoe por ter
insinuado algo mais no nosso prosseguir. E também peço perdão por ter inibido
toda e qualquer ideia de ‘algo mais’ diante da sua indiferença.
Me perdoe por ter posto água nessa sopa conspiratória
que cozinha na sua mente. Me perdoe se te fiz sentir uma peça, coisa que você
não era, mas devia ser. Agora, eu me redimo. Pronta pra te ver reduzir-se ao
nada.